Com criatividade e inovação, mulher transforma dor em oportunidade e revoluciona o mercado de dreads
A história da empreendedora Gabriela Gomes é um potente exemplo de como a força, a criatividade e a resiliência da mulher negra seguem transformando desafios em soluções concretas. Diante das dores constantes que sua companheira, a trancista Esther Gomes, enfrentava nos ombros e nas mãos por conta do trabalho repetitivo de confecção de dreads, Gabriela enxergou mais do que um problema: viu a oportunidade de criar algo inédito.
Foi assim que nasceu a Fastlocs, uma máquina automatizada capaz de fazer o trabalho de agulhamento de dreads ,um processo que, manualmente, pode levar até 20 minutos por unidade. Com a inovação, é possível produzir um dread por minuto, sem esforço físico e com precisão.
O projeto começou de forma artesanal, ainda durante a pandemia, com protótipos feitos em madeira em 2021. Após estudos de mercado e a certeza de que não havia nada igual, Gabriela registrou a patente em 2023. Em 2024, a máquina chegou ao mercado por pouco mais de R$ 3 mil. Desde então, quase 60 unidades já foram vendidas, inclusive para países como Estados Unidos, Espanha e Alemanha, gerando um faturamento superior a R$ 184 mil.
A Fastlocs foi pensada para cuidar de quem faz do trançado sua arte e seu sustento: profissionais que frequentemente enfrentam lesões como LER, tendinites e até cortes com agulhas. A máquina, que trabalha com cabelo sintético ou humano, tem quatro espessuras de mechas (de 6mm a 13mm), com controle de velocidade ajustável.
A inovação é resultado do olhar atento e empático de Gabriela, que hoje é responsável pelas vendas, pela logística e pela gestão do salão localizado na Sé, centro de São Paulo, em sociedade com Esther, que contribui com o design do produto e comanda a unidade no Rio de Janeiro.
As vendas começaram com vídeos nas redes sociais, mas a meta é ousada: vender 150 máquinas ainda este ano. Para isso, Gabriela já planeja estratégias de marketing com tráfego pago. O público é diverso, de salões estabelecidos a profissionais autônomos que enxergam na Fastlocs uma oportunidade de empreender e crescer com dignidade.
Raízes fortes
Gabriela carrega em sua trajetória as marcas de uma mulher negra que nunca deixou de sonhar grande. Criada em Salvador, começou a trabalhar ainda criança, empurrando carrinhos de mão nos mercadões da cidade. Em São Paulo, foi operadora de telemarketing, soldadora, e chegou a trabalhar em grandes obras como o Maracanã e o Metrô do Rio. Tentou a vida em Portugal, mas voltou ao Brasil sem receber os salários prometidos.
Foi a partir dessas vivências , entre o ferro da solda e a fibra do cabelo ,que Gabriela moldou sua história com coragem, inovação e propósito.
Mais do que uma invenção, a Fastlocs representa o poder criativo da mulher negra: capaz de transformar dor em autonomia, e trabalho árduo em tecnologia. Gabriela e Esther não apenas revolucionam o mercado de dreads ,elas escrevem, com suas próprias mãos, uma nova narrativa de futuro.
Por Redação
Foto: Gabriela Gomes ao lado da companheira, Esther
Crédito: Divulgação
Foi assim que nasceu a Fastlocs, uma máquina automatizada capaz de fazer o trabalho de agulhamento de dreads ,um processo que, manualmente, pode levar até 20 minutos por unidade. Com a inovação, é possível produzir um dread por minuto, sem esforço físico e com precisão.
O projeto começou de forma artesanal, ainda durante a pandemia, com protótipos feitos em madeira em 2021. Após estudos de mercado e a certeza de que não havia nada igual, Gabriela registrou a patente em 2023. Em 2024, a máquina chegou ao mercado por pouco mais de R$ 3 mil. Desde então, quase 60 unidades já foram vendidas, inclusive para países como Estados Unidos, Espanha e Alemanha, gerando um faturamento superior a R$ 184 mil.
A Fastlocs foi pensada para cuidar de quem faz do trançado sua arte e seu sustento: profissionais que frequentemente enfrentam lesões como LER, tendinites e até cortes com agulhas. A máquina, que trabalha com cabelo sintético ou humano, tem quatro espessuras de mechas (de 6mm a 13mm), com controle de velocidade ajustável.
A inovação é resultado do olhar atento e empático de Gabriela, que hoje é responsável pelas vendas, pela logística e pela gestão do salão localizado na Sé, centro de São Paulo, em sociedade com Esther, que contribui com o design do produto e comanda a unidade no Rio de Janeiro.
As vendas começaram com vídeos nas redes sociais, mas a meta é ousada: vender 150 máquinas ainda este ano. Para isso, Gabriela já planeja estratégias de marketing com tráfego pago. O público é diverso, de salões estabelecidos a profissionais autônomos que enxergam na Fastlocs uma oportunidade de empreender e crescer com dignidade.
Raízes fortes
Gabriela carrega em sua trajetória as marcas de uma mulher negra que nunca deixou de sonhar grande. Criada em Salvador, começou a trabalhar ainda criança, empurrando carrinhos de mão nos mercadões da cidade. Em São Paulo, foi operadora de telemarketing, soldadora, e chegou a trabalhar em grandes obras como o Maracanã e o Metrô do Rio. Tentou a vida em Portugal, mas voltou ao Brasil sem receber os salários prometidos.
Foi a partir dessas vivências , entre o ferro da solda e a fibra do cabelo ,que Gabriela moldou sua história com coragem, inovação e propósito.
Mais do que uma invenção, a Fastlocs representa o poder criativo da mulher negra: capaz de transformar dor em autonomia, e trabalho árduo em tecnologia. Gabriela e Esther não apenas revolucionam o mercado de dreads ,elas escrevem, com suas próprias mãos, uma nova narrativa de futuro.
Por Redação
Foto: Gabriela Gomes ao lado da companheira, Esther
Crédito: Divulgação