Rede social criada por estudantes negros de Yale arrecada $3 milhões em duas semanas e desafia gigantes
O que torna essa rede social tão diferente a ponto de atrair uma cifra milionária em tão pouco tempo?
O projeto ganhou força com uma rodada-relâmpago de investimento e agora quer enfrentar gigantes como LinkedIn e Instagram propondo algo radical: colocar um assistente virtual para entender quem você é ,e quem você deveria conhecer.
Duas semanas. Foi esse o tempo que dois estudantes de Yale, ambos com 21 anos, levaram para levantar três milhões de dólares e tirar do papel a Series, uma nova rede social que pretende ser o oposto do que o Facebook se tornou. A ideia é simples e poderosa: parar de tratar conexões como números e começar a construir relacionamentos de verdade, com ajuda da inteligência artificial.
Criada por Nathaneo Johnson e Sean Hargrow, a Series nasce como um contraponto direto às redes tradicionais. Nada de seguidores, curtidas ou posts performáticos. “Somos dois caras pretos, de 1,95 m, técnicos e vindos de Yale ,é o oposto da história de Harvard e do Facebook”, diz Johnson ao site Entrepreneur. “Essa diferença é exatamente o que torna a Series relevante agora.”
O momento é oportuno. Em meio a um movimento global de abandono das redes sociais, motivado pelo cansaço com algoritmos viciantes, performances forçadas e conexões vazias , a proposta da Series ressoa com força: menos números, mais vínculos reais.
Os dois fundadores chamam atenção não apenas pelo currículo, mas pelo que representam. Jovens negros, técnicos e alunos de uma das universidades mais tradicionais dos Estados Unidos, eles ocupam um espaço ainda raro no mundo da tecnologia. E estão usando esse lugar para propor algo novo.
A Series levanta uma bandeira ousada: acabar com a lógica de seguidores, likes e vaidades digitais. No lugar disso, a rede oferece ao usuário um “amigo de IA” ,um assistente virtual que aprende com seus interesses e intenções. Seja para encontrar um mentor, sócio, investidor ou apenas alguém com quem trocar ideias, a inteligência artificial atua como ponte, e não como vitrine.
Ao contrário das redes tradicionais, que priorizam alcance, performance e aparência, a Series quer promover encontros significativos, baseados na autenticidade. “Você não precisa parecer um influenciador para estar aqui. A ideia é se conectar com base no que você é, não no que você mostra”, reforça Johnson.
Na prática, o usuário conversa com o assistente por mensagens e ensina a ele o tipo de pessoa que está buscando. A IA entende o perfil e faz conexões dentro da base da plataforma, substituindo a DM vazia por um encontro certeiro.
A Series quer eliminar a pressão por autopromoção. Nada de perfis polidos com filtros irreais. “As plataformas hoje forçam a performance. Você posta fotos no Instagram, vídeos no TikTok, e até seu currículo no LinkedIn parece coisa de influenciador”, explica Johnson.
A rede ainda está em fase inicial, mas aposta que a próxima onda das mídias sociais será menos sobre alcance e mais sobre profundidade. E que a inteligência artificial pode e deve ,servir para aproximar as pessoas, e não isolá-las.
Texto: Raka Costa