Coragem e coerência: Luana Alves enfrenta novo caso de racismo na Câmara e reforça sua trajetória histórica de combate à discriminação

Luana Alves aciona Corregedoria da Câmara Municipal de São Paulo contra Cris Monteiro por racismo


Na noite de ontem, terça-feira (29), a vereadora Luana Alves (PSOL) mais uma vez se colocou na linha de frente do enfrentamento ao racismo institucional, ao protocolar uma ação na Corregedoria da Câmara Municipal de São Paulo contra sua colega de trabalho, a vereadora Cris Monteiro (Novo), por racismo.


Durante a sessão que votava o reajuste salarial dos servidores municipais, Luana foi alvo de uma fala considerada racista por parte de Cris Monteiro. Após uma intervenção da vereadora do PSOL, Monteiro mandou que ela “calasse a boca”. Em seguida, dirigindo-se ao público nas galerias, declarou:



“Agora, quando veio uma mulher branca falar a verdade, vocês ficam nervosos. Uma mulher branca, bonita e rica incomoda muito vocês.”

Diante do ataque, Luana reagiu com firmeza:

“Hoje aconteceu um fato muito grave, que foi uma fala com teor racista. Isso precisa ser registrado. A sessão deveria ter sido interrompida por mais tempo. Esse momento ficará negativamente marcado na história da presidência desta Casa.”

Essa postura firme não surpreende quem conhece sua trajetória. Em 2023, Luana foi responsável pela representação que levou à cassação do vereador Camilo Cristófaro (Avante), o primeiro parlamentar da história do Brasil a perder o mandato por racismo. Ela atuou como representante da acusação no processo, consolidando-se como uma das vozes mais consistentes e combativas na luta antirracista dentro do parlamento.

Nesta representação contra Cris Monteiro, Luana argumenta que a fala da colega deve ser entendida dentro do contexto do racismo estrutural:
“A vereadora reforçou os marcadores sociais de exclusão ao se colocar como ‘branca, bonita e rica’ em oposição a mim, uma mulher negra. Isso é uma tentativa de desqualificação baseada na ideia de superioridade racial,o que caracteriza racismo.”

A Corregedoria da Câmara, presidida por Rubinho Nunes (União Brasil), aliado político de Cris Monteiro, agora analisará se há elementos suficientes para a abertura de um processo disciplinar. As punições possíveis vão desde advertência até a cassação do mandato.

Enquanto o sistema segue tentando silenciar mulheres negras, Luana Alves responde com dignidade, coragem e ação concreta. Sua trajetória prova que o racismo não passará impune, nem nas ruas, nem nos espaços de poder.

E nunca é demais lembrar: RACISMO É CRIME.

Texto: Raka Costa