"Networking com alma de Ubuntu: conexões que transformam vidas"

 

O networking baseado na filosofia africana Ubuntu, propõe uma forma de se conectar: mais humana, colaborativa e enraizada na força do coletivo.


Quando falamos em networking, muitas vezes a imagem que vem à mente é a de eventos formais, trocas de cartões e interesses profissionais imediatos. Mas existe uma outra forma de compreender e praticar essa rede de conexões, uma forma mais viva, humana e profunda ,à luz do princípio africano de Ubuntu.

Ubuntu é uma filosofia de origem bantu que pode ser traduzida, de forma simples, como "Eu sou porque nós somos". Essa sabedoria ancestral nos lembra que a nossa existência está sempre entrelaçada à existência do outro, e que nosso crescimento individual só faz sentido quando também fortalece o coletivo.

Aplicar Ubuntu ao networking é transformar a lógica da competição em colaboração, e a busca individual em caminhada conjunta. Nesse sentido, networking não é apenas uma estratégia profissional: é um modo de criar laços de confiança, reconhecimento e apoio mútuo. É entender que cada conexão que fazemos tem o poder de transformar, não apenas a nossa vida, mas também a de quem está ao nosso redor.

Ao enxergarmos o networking sob essa ótica, percebemos que sua importância vai muito além de uma simples troca de contatos: se torna uma ferramenta de fortalecimento pessoal e coletivo, de troca de saberes, de acolhimento emocional, de criação de parcerias que nascem da escuta e do respeito. São redes que servem de apoio quando as estruturas falham, que celebram conquistas coletivas e que apontam caminhos possíveis mesmo em terrenos difíceis.

Para quem vive trajetórias marcadas por exclusões, como por exemplo nós mulheres negras, o networking com alma de Ubuntu é uma forma de resistência afetiva e política. É reconhecer no grupo um espelho, uma extensão da própria luta, e também uma fonte de inspiração e potência. Ao nos conectarmos com outras mulheres, com aliadas, com comunidades e com saberes diversos, criamos uma rede viva que sustenta nossos passos, não apenas no trabalho, mas na vida.

Cultivar esse tipo de networking exige presença e intenção. É sobre escutar antes de falar. É sobre oferecer antes de pedir. É sobre nutrir os vínculos ao longo do tempo, e não apenas quando nos convém. É reconhecer que, ao impulsionar o coletivo, também estamos sendo impulsionadas.

Participar , apoiar projetos de quem caminha conosco, compartilhar oportunidades, dar visibilidade a histórias inspiradoras, aprender com outras vivências, tudo isso é praticar networking na lógica de Ubuntu. É entender que construir uma rede não é somar contatos, mas somar existências.

E, no fim das contas, esse tipo de rede é o que nos salva, nos impulsiona e nos mantém firmes. Porque, como ensina Ubuntu, ninguém floresce sozinha, florescemos juntas.
#JuntassomosMaisFortes
Texto:RakaCosta